A língua girava no céu da boca. Girava! Eram
duas bocas, no céu único.
O sexo desprendera-se de sua fundação, errante
imprimia-nos seus traços de cobre. Eu, ela, elaeu.
Os dois nos movíamos possuídos, trespassados,
eleu. A posse não resultava de ação e doação, nem nos
somava. Consumia-nos em piscina de aniquilamento.
Soltos, fálus e vulva no espaço cristalino, vulva e fálus
em fogo, em núpcia, emancipados de nós.
A custo nosso corpos, içados do gelatinoso jazigo,
se restituíram à consciência. O sexo reintegrou-se.
A vida repontou: a vida menor.
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sexta-feira, 31 de agosto de 2007
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3 comentários:
karina que ideia massa esseblog �
um show!
aqui se aprende muito.....
eu precisava de algo assim.
esse poema me fez por alguns instantes muito muito feliz quero mais!
oxi, lendo o início desse poema lembrei do beijo q Edgar me deu," Eram duas bocas, no céu único" uuiiiiiiiiiiiiii
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